Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma das mais importantes artistas do Brasil. Após passar dois anos em Paris, retorna a São Paulo em 1922 para integrar o “Grupo dos Cinco”, que defende as ideias da Semana de Arte Moderna e toma a frente do Movimento Modernista do país.
Tarsila pintou o quadro “A Cuca” no começo de 1924 e escreveu à sua filha dizendo que estava fazendo uns quadros “bem brasileiros”, e o descreveu como “um bicho esquisito, no meio do mato, com um sapo, um tatu, e outro bicho inventado”.
Segundo a lenda, a Cuca é uma velha feia que tem forma de jacaré e que rouba as crianças desobedientes, sendo usado por muitas vezes como uma forma de fazer medo em crianças que não querem dormir.
Tarsila usou cores alegres e que lembram o Brasil, usando imagens estilizadas e as cores com vários matizes, deixando uma imagem que lembra a infância.
Este quadro é também considerado um prenúncio da Antropofagia na obra de Tarsila e foi doado por ela ao Museu de Grenoble na França.
O Manifesto Antropofágico propunha basicamente ‘devorar’ a cultura e as técnicas importadas e provocar sua reelaboração com autonomia, transformando o produto importado em exportável.
Buscava a importação de novidades europeias, com objetivo de movimentar o pensamento, depois, antropofagicamente, isto é, criticamente, devorar estas novidades e influências à medida que os modernistas redescobrem a realidade brasileira.
O nome do manifesto recuperava a crença indígena: os índios antropófagos comiam o inimigo, supondo que assim estavam assimilando suas qualidades.
Ficha técnica:
Título – A Cuca
Autor: Tarsila do Amaral
Ano: 1924
Técnica: Óleo sobre tela
Acervo: Museu de Grenoble, Grenoble, França
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